domingo, 10 de fevereiro de 2008

4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias





“4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias”

Chega às salas de cinema portuguesas o vencedor da Palma de Ouro, do Festival de Cannes 2007.

Um tema dos nossos dias numa perspectiva dos anos 80, o Aborto na Roménia Comunista.
Gabita e Ottilia são duas raparigas que partilham o quarto, numa residência universitária. Gabita encontra-se grávida, o aborto é ilegal, mas a sua única opção. Ottilia decide então ajudar a sua amiga, envolvendo-se inevitavelmente numa série de sequelas inesperadas.
«4 MESES, 3 SEMANAS, 2 DIAS» surge inerente ao facto da Roménia ser, atrás da França, o país onde mais abortos se praticam na Europa. Um tema tão delicado em 1987, em pleno regime comunista, mas que nos dias de hoje ainda constitui uma ameaça global ao valores morais.
É o primeiro de um projecto de vários filmes, de nome: «Tales from the Golden Age», e visam traçar uma história subjectiva do comunismo. O propósito deste projecto é falar sobre esse período, sem nenhuma alusão directa ao comunismo, mas apenas através de diferentes histórias e opções pessoais que as personagens experienciam, num tempo de infortúnios em que as pessoas tiveram que viver, como épocas normais.
O filme revelou-se eficaz quer na escolha do tema quer na sua articulação. É de salientar a excelente realização de Cristian Mungiu, que optou por usar câmara ao ombro nas cenas de “perseguição”, enquadrou muitas vezes as personagens ao nível dos olhos, usou e abusou de longos planos, que ao contrário do que seria de esperar, se revelaram extremamente dinâmicos. Reconstituiu com êxito o ambiente social, arquitectónico e dramático do regime vigente, o que conferiu ao filme uma veracidade inigualável.
Em relação à fotografia de cena é importante salientar a mestria do realizador, ao criar a ilusão de descuido, ou até de “filme amador”. Cria planos bastante expressivos da angústia patente a um tema como o aborto. Contudo as cores presentes no filme são cores características de um país de leste, como a Roménia.

É também necessário demonstrar a elevada projecção que o filme cria em qualquer faixa etária, não só devido ao seu tema, mas também às repressões muito próprias de um regime, como por exemplo a necessidade de ir buscar coisas tão essenciais como contraceptivos ou mesmo tabaco ao mercado negro. Estas, são situações ainda presentes, em países que sofreram a existência de um regime ditatorial, como aconteceu em Portugal.

De há três anos para cá, o cinema romeno vem ganhando reconhecimento de excelência no cinema europeu, de que este filme é exemplo.

4 comentários:

José António Fundo disse...

o Fundo nunca tinha comentado no "Fake Plastic Heart" apesar de já cá ter vindo mais do que uma vez...

cá estou eu então...

gostei do texto e da abordagem ao filme. boa investigação.

é prometedor.

Nya disse...

eee és feia oblá! (L)

MandragoraFreak disse...

hmm, agr q voltei a ler o texto pareceu-me mt bem, joanita.

nota: n voltar a ler textos criticos sobre filmes profundos de madrugada.

=) ***

Nya disse...

até agora, o voo mais barato que encontrei foi o da rayner a partir no dia 16 e voltar no dia 24(terça depois da páscoa) por 180 e tal euros...