Análise Crítica
“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” _ Antoine Laurent Lavoisier
Realizado por Godfrey Reggio, produzido por Francis Ford Coppola e banda sonora de Phillip Glass, “Koyaanisqatsi” retrata a vida em desequilíbrio. Ko. Yaa. Nis. Qa. Tsi. _ é um vocábulo Hopi, uma tribo dos EUA; Significa, vida louca, em tumulto, em desintegração.
Neste documentário, podemos observar claramente uma dualidade entre o natural e o artificial, na analogia Natureza vs Homem.
“Koyaanisqatsi” _ 1º Capítulo e “Organism” _ 2º Capítulo: A imponente banda sonora é alusiva à “divina” presença, pretendida nas imagens. São-nos presenteados realidades distantes, raras, isoladas, inóspitas ao acesso humano, de extrema grandiosidade e beleza. É transpirável a profunda harmonia e equilíbrio natural. Os planos, nestes capítulos, estão de acordo com a subjectividade inerente, por isso mesmo são mais morosos, na sua articulação.
A luz usada é focalizada e à semelhança da pintura, confere às imagens um certo tom tenebroso e dramático (percebemos o ponto alto e assunto retratado).
“Cloudspace” _ 3º Capítulo: Verificamos que a música torna-se mais acelerada e antevê uma transição de relativa importância para a compreensão do documentário. Por isso mesmo, existem menos planos fixos e estes tornam-se mais rápidos, ilustrando passagens temporais pronunciadas, através das condições atmosféricas. Existe um maior dinamismo nos planos, contudo o equilíbrio mantém-se. A ausência física do homem continua, porém devido à carga dramática que a música vai ganhando, percebemos que o Homem “está por perto”.
“Resource” _ 4º Capítulo: Recursos industriais, paisagens manipuladas, delimitadas e artificiais, é então perceptível a presença Humana. Uma presença representada pela música e pela plasticidade visual como terrível, maléfica. É neste momento que podemos contextualizar “ Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. São criados momentos de pausa e reflexão onde são negros os avanços tecnológicos e as suas repercussões. Contudo reinicia-se a dinâmica dos planos em busca do centro da vida humana.
“Vessels” _ 5º Capítulo: Chegamos então à cidade, metaforicamente caracterizada como uma guerra e um caos. Assistimos ao recurso de imagens de arquivo, como as da bomba atómica e o seu efeito cogumelo e as imagens das Grandes Guerras Mundiais (necessidade em frisar a reincidência de erros cometidos, ao longo dos séculos, pelos homens), (Homem responsável vs Homem sofredor). E assim vivem as sociedades, em “comunhão” com o seu desequilíbrio social e económico. Aqui é colocada em questão a representação do Homem como identidade máxima e a sua distorcida evolução. Mais uma vez a banda sonora desempenha um papel fulcral no entendimento e aceitação, destas realidades díspares. Percebemos assim, a escolha do realizador ao utilizar movimentos de câmara, planos ritmados e contrastantes para uma caracterização global das acções humanas.
“Pruit Igoe” _ 6º Capítulo: Neste capítulo percebemos qual a mancha visual que as civilizações mais carismáticas do planeta representam. Um borrão preenchido por luzes, ciência e poluição. Os elementos mais expressivos desta realidade, prendem-se com as panorâmicas feitas durante a noite _revelam uma intensidade dramática muito própria e a banda sonora. Para dar resposta à frenética rotina destas cidades, os planos mais uma vez foram acelerados.
“The Grid” _ 7º Capítulo: Mais uma vez, o realizador usufrui de tecnologias próprias de situações de extrema hostilidade, tirando partido do valor estético das imagens a infra-vermelhos, exprimindo a disputa diária do mundo citadino. Passa para uma caracterização psicológica e metódica do ser pensante. Neste capítulo há uma abordagem ao preenchimento temporal destes seres, o trabalho. O que torna interessante a visão é mais uma vez a comparação, mas agora, entre o Homem e máquina. Homem como máquina, desempenha todos os dias a mesma rotina, os mesmos sistemas frenéticos e repetitivos. Constata-se a ausência duma felicidade “natural” e a presença de uma programação.
“Prophecies” _ 8º Capítulo: Banda sonora como elemento catalizador de reflexão acerca de eterna busca, a felicidade. Vemos aqui, um outro lado, a vulnerabilidade da condição humana, uma condição efémera. Momentos mais pausados, representativos da ambição que nos levou a sofrer as consequências da alteração dos processos naturais.
Organizei esta análise em conformidade com as “soundtrack”. O papel da banda sonora neste documentário, confere muito do seu dinamismo, reflexão e consciencialização. Por isso, cada capítulo está estudado conforme o seu valor expressivo e fundamental para a compreensão do filme.
“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” _ Antoine Laurent Lavoisier
Realizado por Godfrey Reggio, produzido por Francis Ford Coppola e banda sonora de Phillip Glass, “Koyaanisqatsi” retrata a vida em desequilíbrio. Ko. Yaa. Nis. Qa. Tsi. _ é um vocábulo Hopi, uma tribo dos EUA; Significa, vida louca, em tumulto, em desintegração.
Neste documentário, podemos observar claramente uma dualidade entre o natural e o artificial, na analogia Natureza vs Homem.
“Koyaanisqatsi” _ 1º Capítulo e “Organism” _ 2º Capítulo: A imponente banda sonora é alusiva à “divina” presença, pretendida nas imagens. São-nos presenteados realidades distantes, raras, isoladas, inóspitas ao acesso humano, de extrema grandiosidade e beleza. É transpirável a profunda harmonia e equilíbrio natural. Os planos, nestes capítulos, estão de acordo com a subjectividade inerente, por isso mesmo são mais morosos, na sua articulação.
A luz usada é focalizada e à semelhança da pintura, confere às imagens um certo tom tenebroso e dramático (percebemos o ponto alto e assunto retratado).
“Cloudspace” _ 3º Capítulo: Verificamos que a música torna-se mais acelerada e antevê uma transição de relativa importância para a compreensão do documentário. Por isso mesmo, existem menos planos fixos e estes tornam-se mais rápidos, ilustrando passagens temporais pronunciadas, através das condições atmosféricas. Existe um maior dinamismo nos planos, contudo o equilíbrio mantém-se. A ausência física do homem continua, porém devido à carga dramática que a música vai ganhando, percebemos que o Homem “está por perto”.
“Resource” _ 4º Capítulo: Recursos industriais, paisagens manipuladas, delimitadas e artificiais, é então perceptível a presença Humana. Uma presença representada pela música e pela plasticidade visual como terrível, maléfica. É neste momento que podemos contextualizar “ Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. São criados momentos de pausa e reflexão onde são negros os avanços tecnológicos e as suas repercussões. Contudo reinicia-se a dinâmica dos planos em busca do centro da vida humana.
“Vessels” _ 5º Capítulo: Chegamos então à cidade, metaforicamente caracterizada como uma guerra e um caos. Assistimos ao recurso de imagens de arquivo, como as da bomba atómica e o seu efeito cogumelo e as imagens das Grandes Guerras Mundiais (necessidade em frisar a reincidência de erros cometidos, ao longo dos séculos, pelos homens), (Homem responsável vs Homem sofredor). E assim vivem as sociedades, em “comunhão” com o seu desequilíbrio social e económico. Aqui é colocada em questão a representação do Homem como identidade máxima e a sua distorcida evolução. Mais uma vez a banda sonora desempenha um papel fulcral no entendimento e aceitação, destas realidades díspares. Percebemos assim, a escolha do realizador ao utilizar movimentos de câmara, planos ritmados e contrastantes para uma caracterização global das acções humanas.
“Pruit Igoe” _ 6º Capítulo: Neste capítulo percebemos qual a mancha visual que as civilizações mais carismáticas do planeta representam. Um borrão preenchido por luzes, ciência e poluição. Os elementos mais expressivos desta realidade, prendem-se com as panorâmicas feitas durante a noite _revelam uma intensidade dramática muito própria e a banda sonora. Para dar resposta à frenética rotina destas cidades, os planos mais uma vez foram acelerados.
“The Grid” _ 7º Capítulo: Mais uma vez, o realizador usufrui de tecnologias próprias de situações de extrema hostilidade, tirando partido do valor estético das imagens a infra-vermelhos, exprimindo a disputa diária do mundo citadino. Passa para uma caracterização psicológica e metódica do ser pensante. Neste capítulo há uma abordagem ao preenchimento temporal destes seres, o trabalho. O que torna interessante a visão é mais uma vez a comparação, mas agora, entre o Homem e máquina. Homem como máquina, desempenha todos os dias a mesma rotina, os mesmos sistemas frenéticos e repetitivos. Constata-se a ausência duma felicidade “natural” e a presença de uma programação.
“Prophecies” _ 8º Capítulo: Banda sonora como elemento catalizador de reflexão acerca de eterna busca, a felicidade. Vemos aqui, um outro lado, a vulnerabilidade da condição humana, uma condição efémera. Momentos mais pausados, representativos da ambição que nos levou a sofrer as consequências da alteração dos processos naturais.
Organizei esta análise em conformidade com as “soundtrack”. O papel da banda sonora neste documentário, confere muito do seu dinamismo, reflexão e consciencialização. Por isso, cada capítulo está estudado conforme o seu valor expressivo e fundamental para a compreensão do filme.
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